quinta-feira, 23 de abril de 2015

*Silêncio (num murmúrio)*



Permita-me confessar,
Em baixa voz,
Dessa doçura que sai dos teus lábios,
Em dádiva divina.
Porque o meu rosto,
Tem para ti,
Um sorriso largo.
Maior do que o próprio mundo.

Permita-me fechar a boca,
Nesse silêncio represado.
Que ainda que sufoque,
E amordace,
Consome palavras que não sei expressar.
Letras tortas.
Meio mortas.

Permita-me dizer-te,
(Não sem esforço),
Dessas coisas que mereces ouvir:
Sei (e sabes da mesma forma também),
Que tudo o que te direi,
Morrerá em segredo,
Aqui dentro.

Atiro frases soltas.
Arranco para ti versos fartos,
Dispersos.
Desconexos.

São coisas faladas.
Ditas.
Sentidas.
Que amadurecem,
E que ficam suspensas.
Entre uma confissão,
O perdão,
E o profundo silêncio.

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