Cai a tarde morna,
Afogada em sorriso leve,
E no vidro baço da
memória,
Entardece o teu olhar.
Abraço estrelas,
Apagadas na aridez de palavras mudas,
Sem gestos,
Que se despedem do viço de outrora.
O lume do olhar,
Acena à saudade, de longe,
Rasgando espaços do firmamento,
E a ti não encontro mais,
Nestas pétalas murchas,
Que o outono empurra, teimoso,
Tão frio e sem guarida.
Nunca te soube, quiçá em imaginação,
E nas letras, que pelas lágrimas escorrem,
O peito teima.
Teima em ardente chama que o vento apaga,
E o perfume de jasmim,
Que colore os dias agora desbotados,
Esvoaça por entre os dedos.
Amanhecerás em poesia,
Decantada
E encantada, numa saudade?
Esvazio-te de minhas mãos,
Deixo-te um sonho embriagado,
E por querer-te demais, nesta impossibilidade,
Beijo o silêncio,
Que a brisa leva, ao encontro da tua despedida
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