segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Da minha e da tua dor...

 
 
 
Há um espaço entre os meus e os teus sentidos,
Um caminhar incessante,
Por vezes vibrante,
Na tentativa de traduzir em versos todos os sonhos
Em apenas um rápido instante...
 
 
Há uma procura de tal forma sem explicação,
Nas entrelinhas rabiscadas e nas vertigens do tempo gasto,
Que enrijece as forças do meu e do teu coração
Na amplidão do pensamento tornado vasto...
E vago....
 
 
São encontros de duas almas inertes,
Errantes,
Sem sentido,
Que só eu mesma recolhi em dor desatinada,
Querendo gritar nas tuas ausências de um amor desmedido...
 
 
Há uma dor que lateja na tua e na minha alma,
Que jamais vou entender,
Um afastamento repentino a compreender...
 
 
Não sei se de saudades vivo,
Ou sobrevivo...
Ou se de saudades, aqui dentro do peito,
Um dia hei de morrer...
 
 

Para te dizer o quanto te amo...


Até mesmo em meio a este meu profundo silêncio,
Sem conseguir pronunciar a ti todas as minhas mais íntimas palavras,
Carreguei dentro do peito e dos meus olhos este doce mistério,
Pressentindo que pelos ventos daquela estrada, tu te aproximavas com ternura...

Até mesmo na cegueira insana do meu raciocínio,
Embalada pela tua lembrança não tão distante,
Atravessei todos os tempos em meio ao vazio,
Acreditando que sempre estive esperando por ti...

Até mesmo das vezes em que da vida me despedi,
Agarrada ao teu pensamento já tão preso ao meu,
Ressurgi em outra forma, em outra era,
Crendo ainda que em algum lugar ainda estavas...

Até mesmo dos momentos que descobri não serem nossos,
Atrelada a tua alma na minha,
Percebi que esta dor tão profunda e longa,
Iria um dia se findar...

Voltastes de uma longa espera,
Surgistes do nada,
Navegastes em minha direção,
És finalmente o meu bálsamo,
E hoje não existe mais razão,
Para que eu não te diga, o quanto te amo...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Entre o teu silêncio e a minha saudade....

 
 
Silenciastes o pouso de tuas palavras em meu olhar,
E embevecido, voastes com asas de falcão,
E em meu dorso nu, ofertando-te a pele alva,
Tirastes o teu alimento provocante ao paladar...

Percorrestes caminhos em mata verde-oliva,
E entorpecido, cravastes com garras ávidas,
O meu ventre acentuado, que te brinda com a seiva da vida,
Descansando o farfalhar da tua boca satisfeita...

Deixastes palavras entoadas em profundos acalentos,
E amordaçado, descansastes o corpo em febre,
A auréola de duas rosas, oferecida, que te chama ao sabor do néctar,
Findando o enroscar de tuas pernas entre a maciez das minhas...

E ficastes assim, adormecido,
Entre o teu silêncio e a minha saudade,
Na troca de sublimes beijos,
Convidando-me delicadamente para dormir,
Eternamente, ao teu lado...