quarta-feira, 29 de abril de 2015

*Ausência (absoluta)*



Desnudas a minha alma.
Sempre.
Nesse silêncio recoberto em véus.
Pela noite.

Gritas um amor incompreensível,
Em tortuosos lamentos.
Falta-me o entendimento.
Falta-me um tino de loucura,
Para saber vivê-lo.

Mudo as sílabas,
Desfaço as rimas.
E decreto,
(displicentemente),
Que a razão escapa-me pelas mãos.

(Antecipaste a hora).
(Foste embora).

Insistes numa ausência gélida,
Mórbida.
Brandura calada no peito.
Não há como ler-te os pensamentos.
Não há como saber-te.
Porque o fizeste?
Porque te foste?

A verdade não é absoluta.
(tampouco a resposta).

A tua é ausência.
A minha:
Poemas em vão.

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