quarta-feira, 15 de abril de 2015

Abandono (em fina porcelana) – parte III




Trazias sorrisos,
Aflorados nos lábios,
E desacreditados do meu mundo.

Falavas em surpresas,
(e sempre me perguntavas: preferes porcelana ou cristal?).
E tudo me era estranho,
Fino e quebradiço.

E do tempo,
Só agora transformado na mais fina areia,
A cegar os olhos,
Percebo que quebrastes tão delicada porcelana,
Do que em mim existe.

E deu-me pena.
Quebrastes a tua própria vida.
E não me dói.

É pó.

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