Porque vieste até mim,
Sem data ou hora marcada,
Confessando o inconfessável.
Recebi (talvez) pequenas migalhas,
Daquelas que alimentam pássaros perdidos,
Jogadas no calçamento das praças.
Esfolei o sobrar da
minha alma,
Retirando não sei exatamente o que,
Em tamanha grandiosidade,
Que o meu tempo tornou-se sem graça.
Porque vieste meio que do nada,
Sem ter algo para trazer-me,
E levaste tudo, da minha razão a perder-te.
Porque construíste entre meus dedos,
Poesia declaratória,
Versos de aconchego e luas de apreço.
Minha sagração de incertezas,
Provindo duma natureza viva e pulsante,
Condenou toda essa irrefutável história,
Entre o ficar deliberado
e o desastroso deixar culminante.
Álibi do esquecimento,
O legado que em ti existe,
Que agora partilho entre o pranto daquilo que não sei,
E a volatilidade do nada reter,
Dor que por sobre meus ombros, outrora carreguei.
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