A pele anda
esfolada de tanto sangrar.
Paira nos
lábios todos os salmos lidos,
Resistindo a
fé, caminhante do tempo,
Combalida
d’um antigo saber, onde as palavras teimam em vingar.
Impressões
que voam dentro do pensamento,
Enrugando os
joelhos que vergam,
Abalando um
vento pueril que resiste,
Sem qualquer
piedade, num entorpecimento.
O frio do
gosto amargo de outrora,
Entrelaça a
cegueira na primeira curva do peito,
Na linha
tênue da esperança almejada,
No
esquecimento do muro linear coberto pela hera.
Tornei-me
incessante na busca d’uma compreensão Soberana,
Tateando as
promessas ilusórias,
Na sombra
irreverente d’um coração caído,
Falseando o
sol, a cada gesto, a cada lágrima borrada de tinta.
Escuto tímida,
o sussurro liberto das folhas,
A cascata
que jorra, no espaço da minha fala.
E na
grandiosidade dest’ alma súplice,
Torno-me
caule ressequido, sedento pela calma.
Sinto que me
envergo, quase até o chão, tateando o pó,
Alimentando-me
do fel, que rasga a garganta em nó.
Mas a ilusão
acorda comigo sorrindo,
E fica na
janela a marca das estrelas sempre brilhando.
Para aqueles
que resistem no silêncio,
À procura do
Verbo, mais que Divino, sem temer,
Fica a
timidez desta forma diferente de clamar,
Fica a
insensatez bendita de tanto esperar,
E fica essa
forma imensurável de conjugar o verbo Sobreviver.
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