quinta-feira, 20 de julho de 2017

*Lembranças*



Da tua boca, o rompante de uma frase...
Dos teus lábios, a caricatura da minha imagem...
Refletida no espelho em que me observo,
Trajando o sonho...
Nos versos que componho.

Da minha saudade, a tua imagem desenhada...
Do meu querer, a tua presença registrada...
Arvorada em raízes aprofundadas,
Em meu peito, 
Semeadas...

Trago no sorriso, doces lembranças,
Pintadas em vermelho, na fogueira santa da tua querência...
Alinhavadas pelo fio que não se parte,
De tal forma que me vicia,
E no meu poema, a alma sacia...

E fica revelado, em tamanha profusão,
A febre ardente que me consome.

Entre as tuas rimas,
A vaga e latente solidão.



Esse legado,
Que me amordaça,
Que me invade a alma.

Gravado no tempo,
Em uníssono,
Pelas nossas vozes,
Num turbilhão de sons...

...Amor concedido....

....Ansiado.....

...Encantado...

...Tão arranhado...


...E docemente, revelado...

Angela Lazzari


*Laço de Fita* - Prosa Poética



Minha tez límpida e fresca
Percorreu a dimensão exata do teu olhar,
Como a forma de um laço de fita,
Que adornam lindos presentes,
Emaranhando sublimes sonhos que tive contigo...

Que jamais se apagaram...

Seria ilógico dizer que habitas em meu coração,
Instantes a fio,
Pois a moradia do meu ser,
Te abriga em cada som que ouço,
Em cada melodia marcada pelas batidas da música suave, que cantas aos meus ouvidos.

Minhas lembranças são presentes que retenho na memória...

Todas elas, escritas em papéis coloridos e
registradas no meu diário de cabeceira.
Anotações de um tempo que ficou...

Mas assim que a solidão se fizer presente,
Nestas noites em que nada mais, para ti, parecer ter sentido,
Escreva o meu nome, com a tinta fresca da tua retina...

E o presente, enfeitado com aquele laço de fita,
Te dará de presente, a minha serena lembrança,

Tão marcada pela tua...

E que foi desenhada, no mesmo papel colorido, em que o teu nome,


Estará sempre escrito...

Angela Lazzari


*Sensações* - Prosa Poetica



Os teus sentidos tem uma forma enigmática,
Quando da minha pele se aproximam.

É uma candura de movimentos,
Desenhados em espirais coloridas,
Que ficam sempre retidas em minha alma...

Teus sons, por vezes descompassados,
Vibram em harmonia dentro da minha mente.

As adagas, que insistem em ferir o teu peito,
Abrem chagas, doloridas.
E o tempo, que escorre teimoso,
Continua mantendo-te forte, inalterado,
Vivo e presente,
Na medida exata do amor que abrigo.

Aqui por dentro...

A doçura com que pronuncias o meu nome,
Quando os teus dedos deslizam em meus cabelos soltos,
Desprendidos,
Imprime nos meus sentidos,
Um querer distanciado,
Que se faz presente a cada palavra tua.


E a minha lágrima brilha...


Brilha, 
Traduzindo esta saudade,
Derramando no dorso dos meus ombros,
Uma timidez,
Uma promessa inspiradora,
De poder voar ao teu encontro.

Mesmo que as minhas letras não consigam traduzir,
Mesmo que a tua voz não se expresse neste enorme bem querer,
A existência te faz sempre meu.

A cada lua que nasce,
Na órbita dos teus olhos...

A cada sol que brilha,
No meu alvorecer...

Angela Lazzari