O poema, que hoje abraço,
Tem aquele perfume que pairava no ar,
Quando perdida em meio à noite,
Havia urgência de sonhos, dentro do peito.
Em mim, os dias são tão longos,
E os sóis tão descascados,
Que em minhas mãos já não cabem todas as pedras,
Com as quais arranhava
uma itinerante fantasia.
Ando a ermo,
Medindo a lonjura necessária,
Que dista entre a leveza da ternura,
E aquele breve encantamento, que perdeu a sua morada.
A pena (creio), não me serve mais.
A folha (branca) suplica por uma palavra.
E a alma...
A alma de prata vestiu-se,
E cambaleante alçou voo alheio,
À procura dum diminuto facho de luz,
Que (quiçá, )seja merecedor de um piedoso olhar.
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