segunda-feira, 27 de julho de 2015

¨E quando você voltar..."


Prezados seguidores e leitores do meu blog,

É com imensa satisfação que envio a todos, o link para a aquisição do meu livro " E quando você voltar...¨.

Depois de um longo trabalho em torno do mesmo, o qual foi escrito com muito carinho e empenho, agradeço a todos os que aqui me visitaram,deixaram seus comentários e apreciaram as postagens.

O trabalho continua, as poesias não param e a arte de escrever continuará sempre presente em minhas mãos. É um trabalho que me dá muito orgulho!

O livro, para quem se interessar, poderá ser encontrado clicando no link abaixo e fazendo a pesquisa pelo meu nome.

A todos vocês um grande abraço!

Angela Lazzari

http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/home.aspx?rf

sábado, 25 de julho de 2015

* As duas faces do espelho *


Acolho-me ternamente em minhas próprias mãos,
Escondendo o rosto diante dum espelho vergonhoso,
Em gélida e temente sensação,
Ao redor da minh’alma tudo é assombroso.

Olho-me desesperadamente neste fel cortante,
Sangrando as lágrimas que rolam pelo penhasco,
Como ser desprezível, apenas um passante,
E a desesperança açoita-me cruel, feito um carrasco.

As duas faces dum espelho quase a quebrar,
Dilacerando, pungente, as vértebras do meu ser,
Nesse momento tentando da queda escapar,
Num gesto insano não enxergo o que tenho a viver.

Na tentativa derradeira de escapar dum pesadelo,
Relembro das batalhas sangrentas das quais escapei,
Volto o pensamento triste que se consome em gelo,
Aguardando o porvir sem imaginar se o terei.

Quero agora apenas apagar a luz do meu peito,
Adormecer no carinho do céu em imensidão,
Aquecer a minha dor no frio do meu leito,
E chorar feito menina com medo da escuridão.

Talvez não queira nem sonhar,
As imagens tenebrosas me assustam,
A insegurança em calafrios faz-me sozinha gritar,
Peço atordoada que todos os fantasmas apenas fujam.

Tenho como recompensa um lindo amanhecer,
As respostas celestiais a soprar em meus instintos,
Uma doce canção que não me deixará morrer,
Onde encontrarei a saída desse imenso labirinto.

Onde a fé?
No coração,
(tenho a oração).
Onde a esperança?
Na minha eterna criança,
(minha única bem aventurança).


*São sempre os dois lados*



Tem um céu azul que me cobre a alma,
Feito manto sagrado de Nossa Senhora,
Que transforma essa angústia em benévola calma,
A dizer que a lágrima do fel há de ir embora.

Tem uma palmeira atrás do meu quintal,
Que sibila nas folhas verdes o som da minha paz,
 A cantar nos ouvidos que não é assim tão mal,
E que a dor que sinto é meramente fugaz.

Tem do outro lado um profundo precipício,
A chamar minh’atenção para a queda que não quero ver,
E que me mostra o corvo negro voando em funesto anúncio,
Com seu grito agourento, espalhando o poder.

Tem uma boca escancarada, feia e desdentada,
Que apunhala todo o meu ser sensível e bondoso,
Rasgando a esperança em cruel e insana bofetada,
Desmantelando a resistência no meu peito afetuoso.

Tem a alegria de uma mágica vida.
Tem a tristeza da provável ruína.
Tem as pétalas lindas da doce margarida.
Tem a lágrima cadente pela próxima fortuna.

São sempre os dois lados.
Amargurados.
E sentidos.
Por essa alma terna.
Ambos, nesse momento, vividos.

Coloco-me em fervorosa e total prece,
Pois o céu, nunca, de nada se esquece.
Não lamento a mudança do destino em sabedoria,
Sempre depois de uma noite chuvosa, renasce o dia.

Porque são sempre os dois lados.
Levando-me a um verdadeiro aprendizado.
Dois lados de uma mesma vida.
Dois lados de uma dor, pungente e sentida.