domingo, 3 de novembro de 2019

*Côncavo e Convexo*



Nas palmas de tuas mãos,
mistérios talhados pela noite
quando assaz me olhas
em estado onírico
e em murmúrios me encontras.

Não sem querer,
ao assaltares meus lábios frementes,
o contorno de minha retina suspira pulsares.

O rasgar do corpo
o prorromper da alma
trazendo sismos despidos
e estremecimentos gota por gota.

Palmilho cada segundo gesticulado
em acentuadas vontades
mãos suadas na pressa do que se quer.

Em silêncio aveludado
inebriante é o perfume espargido
e caminhas livre por toda nudez consentida
cegando toda lasciva resistência.

O nexo de tudo
- sentidos e desejos permitidos
- curvas de minha carne pelas alturas.

...Côncavo

...Rescaldo sequioso

...Aflorado no convexo.



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