quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

* Quando esse poema se tornar saudade *



Quando esse poema se tornar saudade,
E teimar em fazer dos teus olhos,
Um jorrar de palavras em arco íris,
Saberás que aquele tempo,
Outrora silencioso e passageiro, que falseou as horas,
Continuará encantando a beleza das horas enternecidas,
Que passo ao teu lado, em grandeza do tamanho do mundo...

Abraçarei essa saudade itinerante,
Espaçada numa curva perfumada das tuas mãos
Que me inebriam pelo toque,
Em meus ombros desnudos,
Nesse desejo imensurável,
Cambaleante,
Feito peregrino sedento de lábios...

Da varanda acastanhada dos meus olhos,
E das pupilas brilhosas dest’alma,
Observo-te em dissimulações,
Chamo-te em calor incendiado, na minha memória...


Tu serás sempre o afeto mais gentil,
A borda mais colorida e tecida em sentimentos brandos,
Permanecendo intacto e flutuante....


Quando esse poema se tornar saudade,
E quando nada mais restar de tão nobre,
E de tão imperioso,
Todo este peito vergado e aspirante,
Guardará segredos soberanos da tua presença...


Uma doce melancolia retorna suave,
Sentida dos teus gestos premeditados...


Uma distância inexistente agora mesmo te alcança,
Em gotículas de amar,
Renascendo no espaço ínfimo que deixaste aqui,
Em minha moradia, aquecida em versos tênues, numa tonalidade única...

Alcançarei o horizonte do teu corpo,
Em estado de graça,
Comemorando a vida nesse silêncio atemporal,
Transparente...
Transbordante de sabor sigiloso,
Vestido da nossa comunhão...

Sem refúgio...
Sem paradeiro ...
Escrito no livro da vida, no caminho do vento,
E no ar da noite Sagrada...
Que jamais se extinguirá,
Ao encalço de todas as horas...


...Quando esse poema se tornar saudade....





quinta-feira, 12 de novembro de 2015

*Num voo incerto, a ilusão rodopiou os dias...e encurtou distâncias*



Desfiz-me de todos os meus lutos,
Destas fantasias acetinadas,
Destas incertezas cheias de calosidades,
Que teimavam em te fazer ilusão ressequida em meu diário...

Tornei-me sombra verdejante em teu peito,
Borboleta que tece desenhos, na tela iluminada da tu’alma,
Sobrevoando um horizonte jamais sonhado,
Permanecendo,
Batendo asas,
E curvando-me cegamente ao teu coração,
Que há muito, deixou de ser saudade...

Cheguei a falsear o tempo,
Nublando o meu silêncio,
Descosturando todos os fios emaranhados que teci cá por dentro,
Só por ter medo de perder-me dentro de minhas próprias fraquezas,
E entristeci...



............................................................



Mas hoje,
Aquela esperança teimosa,
Passeante das madrugadas que não ousavam deixar meu afeto adormecer quieto,
Tornou-se amanhecer borbulhante,
Arco íris rutilando cometas e colibris...

E sem que eu desse por mim,
Quando voltei o meu olhar ao encontro do teu abraço imperante,
Recordei-me...
Recordei-me dessa inquietante espera,
Onde o tempo insistiu em prolongar o próprio tempo...

E no cintilar das palavras, tu te tornaste a luz irreverente do poema,
Ganhaste a beleza do meu jardim, atapetado da tua essência,
Permanecendo intacto em meu âmago...

E assim sobrevives aqui como a luminosidade,
Como a eternidade acalorada na junção de nossos lábios,
Subsistindo como Amor...
E como devoção....

E consegues no rodopio dos dias,
E na proporção exata,
Revolucionar esse meu pequeno céu estrelado,
Encurtando todas as distâncias que outrora existiram,
Entre o meu ontem,


E o nosso Amanhã...





terça-feira, 3 de novembro de 2015

*Quando a eternidade encontra-se com o teu ser, voas livre, pisas o paraíso...sem ao menos notares*



Tenho aqui comigo, cá dentro, o teu conhecimento prévio...
Assim como um aconchego borbulhante,
Infinitesimal,
Que recobre o peito em heras de esperança...

Sei-te presente naqueles sonhos aflorados em tua pele,
Estrelas melodiosas que recobrem teus olhos perdidos,
Vestindo cada segundo em que partilhas o teu corpo, ao meu,
E dir-te-ia que és único – pois tu és...

Brota do teu ser as mais belas conjecturas,
Vestindo em seda a mágoa que te faz carente,
Regendo a poesia,
Melodiosamente...
Que cai em veste branca, em uníssono...

Sei bem (e ao certo) que a tua liberdade de gestos,
Amparam a tua terra húmida,
Dando ao solo a enormidade de bens que carregas em pensamentos,
Particularmente teus...

Tu’alma volita desprendida de carinhos extremos,
Acendendo a tua chama que faz comunhão com o teu infinito,
Deixando-te assim,
Livre,
Para cuidar e cultivar as estrelas que te prenunciam...




E sem que percebas,
Pisas o paraíso...




Transbordas o sorriso, àqueles que te são mais caros,
E te tornas visceralmente translúcido.

E deixas-me – também,
Sem que eu note – embora eu me sinta,
Suavemente inteira...

Diante de tudo isso que eu ouso chamar de Essência...
Diante de tudo aquilo que pretendemos chamar de Amor...


domingo, 1 de novembro de 2015

*Lindo seria se a lua se deitasse com o sol poente, engravidando luzes, parindo estrelas*



Chegas sempre embebedando as madrugadas,
Como o sol da meia noite, adornando o paraíso em mil cores,
Curvando os lábios cegos, a entrelaçar pequeninas flores,
Exalando o perfume que enfeita o peito, em fé emaranhada...

Deixei ha tempos de esculpir a saudade passeante que me atormenta,
Tornando-me solo infértil da razão,
Sangrando uma esperança tardia, no desenrolar d’uma mente passiva,
Sustentada pelo descontentamento de um raciocínio sem coração...

Singrando mares,
Aportando barcos,
Silenciando as lágrimas transformadas em pequenas gotas...

Lindo seria se a lua se deitasse com o sol poente, engravidando luzes,
Parindo estrelas,
Para enfeitar a aurora boreal dos teus olhos,
Nesse ínfimo amanhecer, que abraça o meu sorriso quando em ti desperto,
Nesse nosso encontro feito em liberdade...

É como o açucarar do meu choro incessante, que rompe a alma,
Que dilacera a saudade,
Fazendo-me despedir dessa tristeza que sinto,
Quando partes...

Porque nunca sei dizer aqui dentro quando voltas,
Nunca sei se ousas prometer acalmar a distância que me acompanha...

Mas toda vez que pela porta sai, eu sempre fico despida,
Por inteiro,
No corpo, na mente e no espírito...

Esperando que possas preencher todo esse vazio,
Aguardando que retornes de repente, com o teu beijo...

Pois somente este teu encantamento,
Sabe conter as palavras que ouso derramar,
No papel da minha alma,
Nessa folha branda que cai solta...

E no final,
Consegues arrumar definitivamente toda esta bagunça,
Todo este nó,
Que os meus próprios dedos ainda não sabem desatar...



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

*Hoje não há flores em minha janela*




Hoje não há flores em minha janela.
Não tenho como abri-la,
Como destrancá-la,
Tampouco como enxergá-la.

Hoje não há cores em minh’alma.
Tentei pintá-la aos borrões.
Inventá-la.
Restaram somente suposições.

Hoje não há sons em minha voz.
A mudez escondeu-se atrás das pálpebras.
E o silêncio abraçou-me, a sós.
Dos olhos, lágrimas em abundante foz.

Hoje não há vento que sibile em meus sentidos.
Estarão todos eles perdidos?
Desolados ou...
Obscurecidos?

Fecho as portas.
Jogo a chave fora.
Cerro as cortinas.
E corto as cordas...

Resta-me a chuva fina.
Essa que cai,
Que se esvai,
Que sorri debochada e por aí...sai!

Hoje eu sei que não há flores em minha janela.
Somente as balelas.
(Dos tagarelas).
Os restos das pequenas quirelas,
Das minhas próprias mazelas.

Um débito que eu não tenho.
Um peso que nos ombros eu retenho.
Versos que nem sei se ainda componho.
Caminhos que percorro somente em desastroso sonho.

Um perdido caminhante.
Desolado e errante.
Indiferente.
Cruel sobrevivente.

Não!
Não reparem.
Não olhem.
E também não se importem.

Só porque hoje não há flores em minha janela!


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

*Poeminha feito de açúcar*



O tempo não passa para aqueles que tanto sonham,
Fica a lembrança de braços abertos em corações vibrantes,
A ternura perpetuada em gestos que enlaçam.
E o amor que sustenta em momentos tão envolventes.

A saudade que não perde tempo em retornar com força,
Na eternidade de quem retém preciosa lembrança,
Tempos de magia e encantamento que por si sobrevivem,
E dentro d’alma, com imenso carinho,  sempre resistem.

Um diamante precioso,
Lapidando um coração amoroso,
Que sorri e enternece,
Que vibra e nunca fenece.

Que o momento de alegria sempre persista,
Que a oportunidade eternamente resista,
E que a chama d’um verdadeiro sentimento,
Sirva a cada dia como o mais doce alimento.

O mundo gira ao redor das horas,
O relógio nunca para e jamais valerá a pena ir embora,
O futuro,
Ainda que obscuro,
Subsiste na razão daqueles que por um caminho almejam,
E se firma na porta aberta do peito de anjos, que contigo sonham.

Faça uma oração!
Cante uma inesquecível canção!
Vibre com tudo que foge a egoísta razão!
E ao amor sincero,
Toda a minha fé,
E a minha singela devoção!


terça-feira, 25 de agosto de 2015

* Impressões rasgadas pelo tempo *




A pele anda esfolada de tanto sangrar.
Paira nos lábios todos os salmos lidos,
Resistindo a fé, caminhante do tempo,
Combalida d’um antigo saber, onde as palavras teimam em vingar.

Impressões que voam dentro do pensamento,
Enrugando os joelhos que vergam,
Abalando um vento pueril que resiste,
Sem qualquer piedade, num entorpecimento.

O frio do gosto amargo de outrora,
Entrelaça a cegueira na primeira curva do peito,
Na linha tênue da esperança almejada,
No esquecimento do muro linear coberto pela hera.

Tornei-me incessante na busca d’uma compreensão Soberana,
Tateando as promessas ilusórias,
Na sombra irreverente d’um coração caído,
Falseando o sol, a cada gesto, a cada lágrima borrada de tinta.

Escuto tímida, o sussurro liberto das folhas,
A cascata que jorra, no espaço da minha fala.
E na grandiosidade dest’ alma súplice,
Torno-me caule ressequido, sedento pela calma.

Sinto que me envergo, quase até o chão, tateando o pó,
Alimentando-me do fel, que rasga a garganta em nó.
Mas a ilusão acorda comigo sorrindo,
E fica na janela a marca das estrelas sempre brilhando.

Para aqueles que resistem no silêncio,
À procura do Verbo, mais que Divino, sem temer,
Fica a timidez desta forma diferente de clamar,
Fica a insensatez bendita de tanto esperar,
E fica essa forma imensurável de conjugar o verbo Sobreviver.







sábado, 22 de agosto de 2015

*Teu silêncio amanhece a minh'alma*


Galguei pelas minhas lembranças,
Nessa viagem pelo tempo,
E tentei descobrir, sem nenhum alarde,
A tua e a minha cumplicidade.

Busquei em minha imaginação,
Nesse itinerário tão efêmero,
E tentei desvendar, a despeito do medo,
O teu e o meu divino segredo.

Vesti-me de todas as primaveras,
Despi-me dos brutais e insensatos invernos,
E conjuguei, em unanimidade, num infinito êxtase,
A tua e a minha existência,
(abandonei toda a minha resistência).

Descobri nesse caminho quase louco,
Em que o teu regresso nunca é pouco,
Que mesmo que eu rume para um lugar desconhecido,
Meu peito tem por ti um sentimento desmedido.
  
E nesse desvendar sem sentido,
Nesse tempo que escoa e que esculpe a saudade,
Mesmo sendo o teu gesto simples e mudo,
Ele apaga, da minha insanidade,
As noites úmidas e frias,
Ele estende a minha eternidade,
Por todos os dias.

Nada tenho de tão melhor para te ofertar,
Pouco sobra da minha imperfeição para te doar,
Somente esse pequeno e singelo bem querer,
E, por fim, te dizer:

Teu silêncio amanhece a minh’alma.
Minh’alma em teu silêncio amanhece.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

*Um pequenino verso*


Mal havia amanhecido,
O olhar distante e perdido,
A alma cansada,
Descolorida.

Abri a porta do quarto,
O peito carregado e farto,
As mãos trêmulas e frias,
Canções sem nexo e vazias.

Sentei-me no banco da estrada,
Conversa silenciosa e perturbada,
O sol que não aparecia,
A oração que na mente insistia.

O orvalho derramado num pranto,
O milagre que não despertava,
Tantos dias a procura do sagrado manto,
A esperança, num esforço, eu inventava.

Nenhum movimento,
O céu azul iniciando um novo dia.
Fiquei ali, escondida num canto,
Observando a vida, em sua pureza e melodia.

O colibri cantou.
Num voo derradeiro, ao meu lado pousou.
O vento morno, gracioso, soprou.
E o sol, majestoso, brilhou.

Imaginei que poderia desistir.
Pensei em mais uma vez insistir.
Porque se existe a tempestade,
Existe também,
Uma feroz vontade.

Quase já não consigo escrever,
Daquele antigo tempo em que tudo parecia brilhar.
Acreditar.
Sonhar.
E devanear.

Retornei pelo caminho,
Abracei a dor, e dela fiz meu ninho.
Vislumbrei com ternura a imensidão do universo,
E num rompante de profundo carinho,
Deixei nas folhas da vida, o meu pequenino verso.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

*Versos de bailarina*


Meu silêncio fala.
No vazio do vento,
Na irracionalidade do tempo,
E nas palavras que te deixo.

Minh’alma cala.
No anonimato da tua ausência,
Nas folhas soltas,
E no sol que te aquece.

Meus olhos se fecham.
No vazio imenso quando não te vejo,
Nos passos frios que a noite me prepara,
E na ânsia miraculosa da tua vinda.

Minha ternura te sorri.
No alento da tua mão tão verdadeira,
Na embriaguez do teu olhar que me traz alento,
E na docilidade da mágoa que te oprime o peito.

Meu ser te contempla.
Nas páginas em branco do teu novo sonho,
Na fragilidade dos teus dias que te abençoam,
E na paz sublime que te desejo, a cada dia, num novo alvorecer.

Minha ternura transporta o tempo.
No carinho que transborda pela tua felicidade,
Na compreensão que te entrego,
E na chuva fresca que te consola a alma.

Minha vida por ti renasce.
No céu que te une ao universo,
No teu medo secreto que te faz menino,
E no segredo guardado que retenho,
Em teu colo,
Meu singelo abrigo.

Não encontro rimas perfeitas.
Não procuro palavras certas.
São sentimentos únicos.
Especiais.
Que derramo das minhas entranhas,
No embalo do teu abraço,
Que me acarinha, e que me envolve, em divino laço.

Poesia de bailarina.
Versos de menina.





segunda-feira, 3 de agosto de 2015

*Quando me pediram para descrever o amor*



Quando me pediram para descrever o amor,
Lembrei-me de ti...
E de todas as folhas d’ Outono que sopravas pelo chão,
Quando os teus pés firmes tocaram o firmamento...

Lembrei-me da solidão encontrada nos teus olhos,
Voltados para o azul pungente desse céu infinito,
Feito aves migrantes a procura d’um abrigo calmo e seguro,
Que, em harmonia, pousaram brilhantes dentro dos meus...

Quando me pediram para descrever o amor,
Ouvi o canto dos anjos que pela tua boca sai,
Porque, mesmo em silêncio, consegues me dizer tantas coisas,
Que reviram a minh’alma numa doçura que somente em ti encontro...

Quando me pediram para descrever o amor,
Tingi o papel com versos suaves e simples...
Estes...
Que o meu pensamento tenta entregar-te,
Feito um poema, saído das minhas mãos,
Que tanto te procuram...

Quando me pediram para descrever o amor,
Senti o perfume inebriante dos teus gestos,
O carinho da tua fala mansa e tão melodiosa,
Que toca o meu ser, apenas por saber-te presente...

E foi dessa forma mágica que eu me encontrei...

Quando me pediram para descrever o amor...


segunda-feira, 27 de julho de 2015

¨E quando você voltar..."


Prezados seguidores e leitores do meu blog,

É com imensa satisfação que envio a todos, o link para a aquisição do meu livro " E quando você voltar...¨.

Depois de um longo trabalho em torno do mesmo, o qual foi escrito com muito carinho e empenho, agradeço a todos os que aqui me visitaram,deixaram seus comentários e apreciaram as postagens.

O trabalho continua, as poesias não param e a arte de escrever continuará sempre presente em minhas mãos. É um trabalho que me dá muito orgulho!

O livro, para quem se interessar, poderá ser encontrado clicando no link abaixo e fazendo a pesquisa pelo meu nome.

A todos vocês um grande abraço!

Angela Lazzari

http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/home.aspx?rf