domingo, 3 de maio de 2015

*Eternidade (d'alma)*




Ainda que a escuridão fosse o teu único caminho,
(de dor),
E nada mais resplandecesse aos teus olhos,
(já tão cansados),
Enxergar-te-ia pela transparência d’alma.
Essa.
Que somente os anjos reconhecem.

Ainda que as chagas corroessem o teu peito,
(em sangue),
Num campo repleto de mortos,
E cujo último suspiro tenha sido entregue,
Pela honra de viver,
Curar-te-ia em bálsamos de carinho,
Num passado que o tempo esqueceu.

Ainda que a despedida fosse a tua última decisão,
Por não saber de uma benção vindoura,
(como a tua última salvação),
Esperar-te-ia.
Nessas mil vidas,
Por mim já vividas,
Nessas mil esperanças,
Por ti já sentidas.

Esperar-te-ia.

Longos fossem os dias,
Eternas fossem as horas.
Num tempo mágico,
Incompreensível.
Tempo efêmero.
Que a ausência,
Teimosa e cruel,
Um dia, o amor nos roubou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário