Galguei pelas minhas lembranças,
Nessa viagem pelo tempo,
E tentei descobrir, sem nenhum alarde,
A tua e a minha cumplicidade.
Busquei em minha imaginação,
Nesse itinerário tão efêmero,
E tentei desvendar, a despeito do medo,
O teu e o meu divino segredo.
Vesti-me de todas as primaveras,
Despi-me dos brutais e insensatos invernos,
E conjuguei, em unanimidade, num infinito êxtase,
A tua e a minha existência,
(abandonei toda a minha resistência).
Descobri nesse caminho quase louco,
Em que o teu regresso nunca é pouco,
Que mesmo que eu rume para um lugar desconhecido,
Meu peito tem por ti um sentimento desmedido.
E nesse desvendar sem sentido,
Nesse tempo que escoa e que esculpe a saudade,
Mesmo sendo o teu gesto simples e mudo,
Ele apaga, da minha insanidade,
As noites úmidas e frias,
Ele estende a minha eternidade,
Por todos os dias.
Nada tenho de tão melhor para te ofertar,
Pouco sobra da minha imperfeição para te doar,
Somente esse pequeno e singelo bem querer,
E, por fim, te dizer:
Teu silêncio amanhece a minh’alma.
Minh’alma em teu
silêncio amanhece.
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