sábado, 22 de agosto de 2015

*Teu silêncio amanhece a minh'alma*


Galguei pelas minhas lembranças,
Nessa viagem pelo tempo,
E tentei descobrir, sem nenhum alarde,
A tua e a minha cumplicidade.

Busquei em minha imaginação,
Nesse itinerário tão efêmero,
E tentei desvendar, a despeito do medo,
O teu e o meu divino segredo.

Vesti-me de todas as primaveras,
Despi-me dos brutais e insensatos invernos,
E conjuguei, em unanimidade, num infinito êxtase,
A tua e a minha existência,
(abandonei toda a minha resistência).

Descobri nesse caminho quase louco,
Em que o teu regresso nunca é pouco,
Que mesmo que eu rume para um lugar desconhecido,
Meu peito tem por ti um sentimento desmedido.
  
E nesse desvendar sem sentido,
Nesse tempo que escoa e que esculpe a saudade,
Mesmo sendo o teu gesto simples e mudo,
Ele apaga, da minha insanidade,
As noites úmidas e frias,
Ele estende a minha eternidade,
Por todos os dias.

Nada tenho de tão melhor para te ofertar,
Pouco sobra da minha imperfeição para te doar,
Somente esse pequeno e singelo bem querer,
E, por fim, te dizer:

Teu silêncio amanhece a minh’alma.
Minh’alma em teu silêncio amanhece.


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