Desfiz-me de todos os meus lutos,
Destas fantasias acetinadas,
Destas incertezas cheias de calosidades,
Que teimavam em te fazer ilusão ressequida em meu diário...
Tornei-me sombra verdejante em teu peito,
Borboleta que tece desenhos, na tela iluminada da tu’alma,
Sobrevoando um horizonte jamais sonhado,
Permanecendo,
Batendo asas,
E curvando-me cegamente ao teu coração,
Que há muito, deixou de ser saudade...
Cheguei a falsear o tempo,
Nublando o meu silêncio,
Descosturando todos os fios emaranhados que teci cá por
dentro,
Só por ter medo de perder-me dentro de minhas próprias
fraquezas,
E entristeci...
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Mas hoje,
Aquela esperança teimosa,
Passeante das madrugadas que não ousavam deixar meu afeto
adormecer quieto,
Tornou-se amanhecer borbulhante,
Arco íris rutilando cometas e colibris...
E sem que eu desse por mim,
Quando voltei o meu olhar ao encontro do teu abraço
imperante,
Recordei-me...
Recordei-me dessa inquietante espera,
Onde o tempo insistiu em prolongar o próprio tempo...
E no cintilar das palavras, tu te tornaste a luz irreverente
do poema,
Ganhaste a beleza do meu jardim, atapetado da tua essência,
Permanecendo intacto em meu âmago...
E assim sobrevives aqui como a luminosidade,
Como a eternidade acalorada na junção de nossos lábios,
Subsistindo como Amor...
E como devoção....
E consegues no rodopio dos dias,
E na proporção exata,
Revolucionar esse meu pequeno céu estrelado,
Encurtando todas as distâncias que outrora existiram,
Entre o meu ontem,
E o nosso Amanhã...
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