Chegas sempre embebedando as madrugadas,
Como o sol da meia noite, adornando o paraíso em mil cores,
Curvando os lábios cegos, a entrelaçar pequeninas flores,
Exalando o perfume que enfeita o peito, em fé emaranhada...
Deixei ha tempos de esculpir a saudade passeante que me
atormenta,
Tornando-me solo infértil da razão,
Sangrando uma esperança tardia, no desenrolar d’uma mente
passiva,
Sustentada pelo descontentamento de um raciocínio sem
coração...
Singrando mares,
Aportando barcos,
Silenciando as lágrimas transformadas em pequenas gotas...
Lindo seria se a lua se deitasse com o sol poente,
engravidando luzes,
Parindo estrelas,
Para enfeitar a aurora boreal dos teus olhos,
Nesse ínfimo amanhecer, que abraça o meu sorriso quando em ti
desperto,
Nesse nosso encontro feito em liberdade...
É como o açucarar do meu choro incessante, que rompe a alma,
Que dilacera a saudade,
Fazendo-me despedir dessa tristeza que sinto,
Quando partes...
Porque nunca sei dizer aqui dentro quando voltas,
Nunca sei se ousas prometer acalmar a distância que me
acompanha...
Mas toda vez que pela porta sai, eu sempre fico despida,
Por inteiro,
No corpo, na mente e no espírito...
Esperando que possas preencher todo esse vazio,
Aguardando que retornes de repente, com o teu beijo...
Pois somente este teu encantamento,
Sabe conter as palavras que ouso derramar,
No papel da minha alma,
Nessa folha branda que cai solta...
E no final,
Consegues arrumar definitivamente toda esta bagunça,
Todo este nó,
Que os meus próprios dedos ainda não sabem desatar...
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