quinta-feira, 12 de novembro de 2015

*Num voo incerto, a ilusão rodopiou os dias...e encurtou distâncias*



Desfiz-me de todos os meus lutos,
Destas fantasias acetinadas,
Destas incertezas cheias de calosidades,
Que teimavam em te fazer ilusão ressequida em meu diário...

Tornei-me sombra verdejante em teu peito,
Borboleta que tece desenhos, na tela iluminada da tu’alma,
Sobrevoando um horizonte jamais sonhado,
Permanecendo,
Batendo asas,
E curvando-me cegamente ao teu coração,
Que há muito, deixou de ser saudade...

Cheguei a falsear o tempo,
Nublando o meu silêncio,
Descosturando todos os fios emaranhados que teci cá por dentro,
Só por ter medo de perder-me dentro de minhas próprias fraquezas,
E entristeci...



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Mas hoje,
Aquela esperança teimosa,
Passeante das madrugadas que não ousavam deixar meu afeto adormecer quieto,
Tornou-se amanhecer borbulhante,
Arco íris rutilando cometas e colibris...

E sem que eu desse por mim,
Quando voltei o meu olhar ao encontro do teu abraço imperante,
Recordei-me...
Recordei-me dessa inquietante espera,
Onde o tempo insistiu em prolongar o próprio tempo...

E no cintilar das palavras, tu te tornaste a luz irreverente do poema,
Ganhaste a beleza do meu jardim, atapetado da tua essência,
Permanecendo intacto em meu âmago...

E assim sobrevives aqui como a luminosidade,
Como a eternidade acalorada na junção de nossos lábios,
Subsistindo como Amor...
E como devoção....

E consegues no rodopio dos dias,
E na proporção exata,
Revolucionar esse meu pequeno céu estrelado,
Encurtando todas as distâncias que outrora existiram,
Entre o meu ontem,


E o nosso Amanhã...





terça-feira, 3 de novembro de 2015

*Quando a eternidade encontra-se com o teu ser, voas livre, pisas o paraíso...sem ao menos notares*



Tenho aqui comigo, cá dentro, o teu conhecimento prévio...
Assim como um aconchego borbulhante,
Infinitesimal,
Que recobre o peito em heras de esperança...

Sei-te presente naqueles sonhos aflorados em tua pele,
Estrelas melodiosas que recobrem teus olhos perdidos,
Vestindo cada segundo em que partilhas o teu corpo, ao meu,
E dir-te-ia que és único – pois tu és...

Brota do teu ser as mais belas conjecturas,
Vestindo em seda a mágoa que te faz carente,
Regendo a poesia,
Melodiosamente...
Que cai em veste branca, em uníssono...

Sei bem (e ao certo) que a tua liberdade de gestos,
Amparam a tua terra húmida,
Dando ao solo a enormidade de bens que carregas em pensamentos,
Particularmente teus...

Tu’alma volita desprendida de carinhos extremos,
Acendendo a tua chama que faz comunhão com o teu infinito,
Deixando-te assim,
Livre,
Para cuidar e cultivar as estrelas que te prenunciam...




E sem que percebas,
Pisas o paraíso...




Transbordas o sorriso, àqueles que te são mais caros,
E te tornas visceralmente translúcido.

E deixas-me – também,
Sem que eu note – embora eu me sinta,
Suavemente inteira...

Diante de tudo isso que eu ouso chamar de Essência...
Diante de tudo aquilo que pretendemos chamar de Amor...


domingo, 1 de novembro de 2015

*Lindo seria se a lua se deitasse com o sol poente, engravidando luzes, parindo estrelas*



Chegas sempre embebedando as madrugadas,
Como o sol da meia noite, adornando o paraíso em mil cores,
Curvando os lábios cegos, a entrelaçar pequeninas flores,
Exalando o perfume que enfeita o peito, em fé emaranhada...

Deixei ha tempos de esculpir a saudade passeante que me atormenta,
Tornando-me solo infértil da razão,
Sangrando uma esperança tardia, no desenrolar d’uma mente passiva,
Sustentada pelo descontentamento de um raciocínio sem coração...

Singrando mares,
Aportando barcos,
Silenciando as lágrimas transformadas em pequenas gotas...

Lindo seria se a lua se deitasse com o sol poente, engravidando luzes,
Parindo estrelas,
Para enfeitar a aurora boreal dos teus olhos,
Nesse ínfimo amanhecer, que abraça o meu sorriso quando em ti desperto,
Nesse nosso encontro feito em liberdade...

É como o açucarar do meu choro incessante, que rompe a alma,
Que dilacera a saudade,
Fazendo-me despedir dessa tristeza que sinto,
Quando partes...

Porque nunca sei dizer aqui dentro quando voltas,
Nunca sei se ousas prometer acalmar a distância que me acompanha...

Mas toda vez que pela porta sai, eu sempre fico despida,
Por inteiro,
No corpo, na mente e no espírito...

Esperando que possas preencher todo esse vazio,
Aguardando que retornes de repente, com o teu beijo...

Pois somente este teu encantamento,
Sabe conter as palavras que ouso derramar,
No papel da minha alma,
Nessa folha branda que cai solta...

E no final,
Consegues arrumar definitivamente toda esta bagunça,
Todo este nó,
Que os meus próprios dedos ainda não sabem desatar...