Por enquanto, aquieto-me aqui...
Recolhendo entre os dedos o pranto, que não se faz tardio,
E que desce morno e calmo,
Apertando um nó embaralhado, dentro do peito...
Por enquanto, teço segredos que se calam dentro das minhas possibilidades,
Planejando as horas,
Na tentativa de poder confessar que a minha saudade adormece na memória,
Não sabendo, nunca, como expressar o vazio que vai por dentro...
Todos os segundos são gestos aprofundados,
Que guardo com carinho, quando quedam,
Espalhados pelo chão...
Recolho-os seja no findar de uma tarde, que cai lenta,
No iniciar de uma noite, que surge morosa,
Ou até mesmo no romper de um novo dia,
Que nada promete,
Porque talvez, algo, nunca poderá cumprir...
Entendi que os distanciamentos não são assim tão longos,
Eles encaixam-se na medida exata, aquém da própria Razão...
São apenas fantasmas superficiais,
Que teimam em fazer de moradia, os desejos que consideramos impossíveis...
E foi nesse emaranhado imposto pelo Destino,
Na confusão escancarada do meu caminhar,
Que me escondi e fugi de todo e qualquer entendimento...
Que percebi que as letras da Vida podem ser rascunhadas a ermo,
Ainda que não sejam lidas,
Tampouco compreendidas...
Quanto mais penso na brevidade dos dias,
Quanto mais percebo os pontos de interrogação que se acercam da minha janela,
Mais me convenço de que a minha alma ainda consegue sorrir...
Mais me convenço de que os meus olhos ainda podem resistir...
E quando chegas de retorno,
Naquela vinda que é sempre tão esperada,
E inesperada,
Esqueço-me das mágoas,
Dos sonhos inacabados,
E de tudo aquilo que me parecia efêmero...
E fico assim, envolvida em plenitude,
Em teu abraço quente,
Terno,
Único,
E Acolhedor...
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