quarta-feira, 30 de setembro de 2015

*Hoje não há flores em minha janela*




Hoje não há flores em minha janela.
Não tenho como abri-la,
Como destrancá-la,
Tampouco como enxergá-la.

Hoje não há cores em minh’alma.
Tentei pintá-la aos borrões.
Inventá-la.
Restaram somente suposições.

Hoje não há sons em minha voz.
A mudez escondeu-se atrás das pálpebras.
E o silêncio abraçou-me, a sós.
Dos olhos, lágrimas em abundante foz.

Hoje não há vento que sibile em meus sentidos.
Estarão todos eles perdidos?
Desolados ou...
Obscurecidos?

Fecho as portas.
Jogo a chave fora.
Cerro as cortinas.
E corto as cordas...

Resta-me a chuva fina.
Essa que cai,
Que se esvai,
Que sorri debochada e por aí...sai!

Hoje eu sei que não há flores em minha janela.
Somente as balelas.
(Dos tagarelas).
Os restos das pequenas quirelas,
Das minhas próprias mazelas.

Um débito que eu não tenho.
Um peso que nos ombros eu retenho.
Versos que nem sei se ainda componho.
Caminhos que percorro somente em desastroso sonho.

Um perdido caminhante.
Desolado e errante.
Indiferente.
Cruel sobrevivente.

Não!
Não reparem.
Não olhem.
E também não se importem.

Só porque hoje não há flores em minha janela!


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

*Poeminha feito de açúcar*



O tempo não passa para aqueles que tanto sonham,
Fica a lembrança de braços abertos em corações vibrantes,
A ternura perpetuada em gestos que enlaçam.
E o amor que sustenta em momentos tão envolventes.

A saudade que não perde tempo em retornar com força,
Na eternidade de quem retém preciosa lembrança,
Tempos de magia e encantamento que por si sobrevivem,
E dentro d’alma, com imenso carinho,  sempre resistem.

Um diamante precioso,
Lapidando um coração amoroso,
Que sorri e enternece,
Que vibra e nunca fenece.

Que o momento de alegria sempre persista,
Que a oportunidade eternamente resista,
E que a chama d’um verdadeiro sentimento,
Sirva a cada dia como o mais doce alimento.

O mundo gira ao redor das horas,
O relógio nunca para e jamais valerá a pena ir embora,
O futuro,
Ainda que obscuro,
Subsiste na razão daqueles que por um caminho almejam,
E se firma na porta aberta do peito de anjos, que contigo sonham.

Faça uma oração!
Cante uma inesquecível canção!
Vibre com tudo que foge a egoísta razão!
E ao amor sincero,
Toda a minha fé,
E a minha singela devoção!