sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Talvez ainda exista um Motivo...


Não cabe mais nenhum espaço, entre o meu eu e a tua vontade,
O tempo espalhou na ventania...nossos pequenos pedaços...!
Aqueles, que recolhi pelo chão...na doce fragilidade,
Tentando remendos ...sobrepondo fracassos...!

Não cabe mais nenhuma delicadeza, entre o meu sonho e a tua fantasia,
As mãos fecharam-se em concha...sufocando esse inerte sentimento...!
Ignorando ao apelo dos meus olhos, numa perversa ironia,
Desnudando formas...deixando esse vazio todo cinzento...!

Não cabe mais nenhum apelo, entre a minha vontade e o teu querer,
Se um dia eu fui a tua inspiração...hoje sou apenas poucas lembranças...!
Remoendo angústias descabidas, das coisas que não pude entender,
Flagelando a mente...apunhalando de vez a morta esperança...!

Não cabe mais nenhuma saudade, entre os meus versos e o teu clamor,
A boca emudeceu as palavras...se ontem eu fui encanto, hoje, restou o nada...!
Esquecendo sorrisos efêmeros, curando a profunda dor,
Rompendo laços, matando desejos....adeus à madrugada...!

Não cabe mais um grande Amor,
O meu Poema não é o teu,
A minha Vida não é a tua,
O que nos resta? Quem sabe a lua...!


(...porque ontem era Verdade...hoje só restou a Saudade...!

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