A metade do teu olhar...

A metade do teu olhar me turva a mente,

Deixa meu corpo incandescente,

Quero pra você ser indecente!

A metade do teu olhar me alucina,

Com esse brilho que fascina,

E que rasga minha pele fina!

 

A metade do teu olhar me aflora,

Ao mesmo tempo me apavora,

E com urgência te chamo agora!

A metade do teu olhar também conforta,

E como nada mais importa,

Meu corpo em ti encosta...

A metade do teu olhar me chama,

E na minha mente, já tão insana,

Eu me entrego a ti, total profana!

 

Percorro teus caminhos de uma luz intensa,
Vislumbro as sensações de uma imagem fugidia,
E aos poucos tua imagem se desenha,
Entre o sonho e o desejo...

Já não sinto mais a tua imensidão,
Pois teu corpo agora se encerra no meu...
A tua boca molhada se solta na minha,
E o teu olhar se dissolve no meu...

A tua alma se perde...
A minha alegria te trás...
E unidos num único suspiro...
Eu te descubro dentro do peito...

No momento perpétuo em teu corpo,
A dúvida em ti se desfaz,
E na certeza do sonho perdido,
Tuas mãos no meu corpo se firmam...

E ao te querer por inteiro,
Meu desejo se mistura ao torpor,
E assim, me entrego em prazer
Na tua boca molhada em flor...

Eu percorri o teu desejo,
E descobri o meu anseio....
Tentando te mostrar,
A intimidade do meu querer.... 
 

E descobri nas palavras tuas,
O latejar da tua mente,
O aumentar da tua alma,
O ardor do teu desejo...

Eu te confesso assim insana,
Que o percorrer do meu prazer
Banhou meu corpo feito a chuva,
Ao me molhar... mesmo não tua...

 

Que seja a tua boca o meu deleite,
Que venha o teu corpo, em mim viver
Assim como o encontro das almas puras,
Na imensidão do meu prazer...

A tempestade surge em pesadelos, nos sonhos meus...

Na ânsia de tocar a tua alma,

Os raios iluminam o teu corpo,

Que nos chama para o amor urgente... 

Entre as gotas da minha e da tua essência,

Tocamos o infinito num gemido eterno...

Nossos cheiros se misturam,

E confirmamos o efêmero,  tão eterno em nossas vidas...

E cansados desta busca intensa,

Teu olhar pousa no meu...

E o clarão que invade a alma

Anuncia no teu peito, o despertar do sonho meu....

E na pura razão da emoção,
Caminho entre as nuvens,
Na sensação do doce balançar dos ventos...
Entre o hoje e o amanhã....

 

Rasgando o imenso véu das incertezas,
Trago para mim o que outrora foi nosso,
Transformo em agora, o que antes era nunca...
E pinto de amarelo os sonhos meus.... 

Se não penso, imagino a volta tua...
No embalo do crescer e do querer...
Fecho os olhos e contemplo...
A razão do meu viver...

" E o que não dizer da esperança perdida...

Daquela dor já tão conhecida

Daquela angústia que vive no peito...

Teimando...teimando...teimando...

E o que não dizer daquela vontade escondida

Da felicidade que foge entre os dedos

E daquela certeza dentro da alma

De que o tempo é apenas segundos...

E o que não dizer desse amor tão profundo

Que dilacera a alma e o ser...

E que insiste em meu peito viver...

Que só espera em ti despertar...

E o que não dizer desta minha espera...

Desta tua presença tão viva

Que caleja todo o tempo...

Mas que não desiste no tempo infinito...."

Vi a beleza das tuas lágrimas, quando caídas no rio,

Unindo teu rosto ao por do sol, suspensas por um fio...

Eram pingos de magia, que lentamente chegavam ao mar,

Lágrimas vertidas que insistiam em te afastar...

E nessa tua terra tão distante,

Em que sinto toda a beleza inconstante,

Manejo os pincéis da minha mente,

Bordando as cores lentamente...

O pranto de misturou a imensidão das águas,

Emergindo a tempestade sem trégua,

Cenário belo e tristemente sombrio,

Aquecendo o coração no meio de tanto frio...

Adestrei-me ao vento,

Perdi-me no tempo,

Sem luz e sem tenda,

Passei pela noite má...

Foi quando a brisa leve me devolveu,

A paz intensa me envolveu,

E, junto à lua e às estrelas,

Assim como num sopro de vida....despertei....

" O tempo não é necessariamente cruel...Ele passa...A sabedoria maior é fazer com que ele traga todas as respostas...A minha resposta está aqui...O início do meu livro..."

O vento sopra e com ele o perfume da lembrança...
Salpica dentro da alma a verdadeira esperança...
Com ele, luzes coloridas,
Fechando, de vez, tantas feridas...

Quando o vento sopra, faz germinar intensas sensações,
Limpa a tristeza daqui e ilumina a alegria em mim...
Ele sabe mostrar, enfim,]Todas as contidas emoções...

É o mesmo vento que outrora tudo levou,
E que me faz feliz, porque voltou...
E quando ele passa e revolve meus cabelos,
Fecho os olhos e me embriago...

E agora, o vento não sopra mais lá fora...
Ele apenas me adormece e me transforma...
Ele aquece meu sonho cristalino,
E me faz voltar a viver..